segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Os 10 médicos assassinos mais tenebrosos que se tem notícia

O ofício de um médico é considerado um dos mais nobres, humanos e dignos do mundo. Tanto é que até para se graduar como médico, em universidades particulares, mesmo no Brasil, é um tanto quanto complicado devido à procura sempre constante e pela boa remuneração.
Porém, como em todas as outras profissões, existem as “ovelhas negras”, e que de certo modo, acabam ‘manchando’ a reputação, dessas pessoas que tanto fazem para manter as nossas vidas sempre salvas e seguras. Hoje iremos lhes mostrar alguns desses profissionais que escreveram uma página negra no capítulo deste belíssimo ofício, no livro da história da humanidade.
Confira quem são os 10 médicos assassinos mais mortais da história recente do mundo:

10. Walter Freeman

O neurologista norte-americano Walter Freeman, se tornou um médico famoso por seu envolvimento com a lobotomia. Foi impulsionado pela paixão de aperfeiçoar a técnica, que era tida como muito ‘brutal’, mas adquiriu uma estranha compulsão pela temática. Ele chegava a fazer cerca de 20 lobotomias em um único dia.
Ele freqüentemente autorizava a imprensa a testemunhar suas práticas. Após fazer mais de 3.500 procedimentos, ele foi proibido de continuar atuando na área, devido ao número de mortes acidentais.

9. Marcel Petiot

Petitot foi um médico francês e também foi considerado um serial killer, acusado de ter matado pelo menos 60 pessoas.
Ele começou uma clínica depois de um estágio em um hospital psiquiátrico, que autorizava abortos ilegais. Foi decapitado em maio de 1946, após ter sido pego com a sua clínica em chamas e encontrado vestígios de partes de corpo humano, de diversas pessoas diferentes no local.

8. Jayant Patel

Também comumente chamado de “Doutor Morte“,  Patel foi um médico indiano que trabalhava nos EUA e na Austrália. Foi responsável diretamente por 87 mortes durante os anos de 2003 e 2005, devido ao seu total desentendimento à respeito de medicina e irresponsabilidade.
Foi acusado em 2010, a cumprir sete anos de prisão em regime fechado.

7. Carl Clauberg

Clauberg foi um médico alemão responsável por diversos experimentos, pertinentes à época do nazismo, nos campos de concentrações. Trabalhou em Aushwitz, o maior conjunto de campos do Holocausto, tendo tido total aprovação de Himmler para conduzir experimentos de esterilização nas mulheres judias.
Foi responsável por mais de 700 mortes de judias, ao tentar esterilizá-las usando ácidoaplicado diretamente em seus úteros. Foi pego pelo governo soviético, mas morreu antes de ir a julgamento.

6. Shiro Ishii

Shiro Ishii foi um microbiologista japonês e tenente-general na unidade de guerra biológica do exército japonês durante o conflito Sino-Japonês. Ishii iniciou seus experimentos em 1942, expondo prisioneiros e até mesmo civís à doenças perigosas, entre elas o antraz. Seus outros experimentos incluem acidentes vasculares cerebrais estimulados e abortos. Foram mais de duas mil mortes atribuídas ao ‘doutor’. Após a Segunda Guerra Mundial, Ishii foi preso pelas forças americanas, entretanto, foi concedida a sua imunidade em troca de seu vasto conhecimento médico.

5. Harold Shipman

Harold Shipman foi um médico britânico que é considerado um dos maiores e mais cruéis assassinos em série da história da humanidade. Desde que começou a prática médica em 1974, enviou mais de 200 pessoas à morte. Começou com os crimes médicos em 1998, mas logo outros médicos britânicos começaram a notar a elevada taxa de mortalidade de seus pacientes.
Em 2000, Shipman foi processado tanto pelas execuções, quanto pela falsificação de documentos, e foi condenado a prisão perpétua. Porém, em 2004, em sua cela na cadeia, ele acabou se enforcando.

4. John Bodkin Adams

John Bodkin foi um médico britânico da década de 40, responsável pela morte de mais de 160 dos seus pacientes, sendo a maioria das vítimas, pessoas idosas. O mais curioso de tudo, é que 132 de suas vítimas fatais, eram pessoas, digamos, de ”posses”, e que de algum modo, deixaram tudo pra ele.
Acreditava-se que os testamentos foram escritas pelo próprio médico. Embora ele tenha sido levado ao tribunal várias vezes, ele acabou não sendo condenado e continuou as suas práticas macabras até falecer.

3. Henry Howard Holmes

Dr. Henry Howard Holmes foi um dos assassinos em série mais frios e sanguinários da história norte-americana. Ainda na faculdade, tinha o hábito de roubar corpos durante seus estudos. Após se formar, mudou-se para Chicago, e abriu um hotel por lá.
O hotel de Holmes, era praticamente uma câmara de tortura, onde as suas vítimas simplesmente desapareciam e não eram mais vistas. Em 1897, ele enfim foi capturado e executado pelo governo norte-americano

2. Michael Swango

Swango foi um ex-médico dos Estados Unidos, que foi condenado por ser responsável pela morte de três pacientes, por mais que a estimativa, dê conta de que ele tenha matado mais de 60 pessoas. Quando ainda estava estagiando, em seus estudos, repentinamente seus pacientes desapareciam e ninguém mais tinha notícias deles, o que ocasionou a sua expulsão, da Universidade de Ohio.
Após o ocorrido, mudou-se para Ilinois, e arquitetou planos vingativos para envenenarseus ex-companheiros de Universidade até acabar sendo preso. Ao sair da cadeia, forjou documentos e trabalhou no Zimbábue, levando diversos de seus pacientes à morte. Em 1997 foi capturado e condenado à prisão perpétua, que ele continua cumprindo até hoje.

1. Josef Mengele Rudolf

Josef Mengele Rudolf provavelmente foi o mais conhecido médico de todos os tempos. Rudolf adquiriu o dócil apelido de “Anjo da Morte“, devido ao seu sangue frio e atrocidades cometidos pelo alemão durante a Segunda Guerra Mundial.
Suas atitudes cruéis, principalmente contra os judeus, suas vítimas favoritas, eram camuflados, através de justificá-los como experimentos medicinais. Trabalhando em Auschwitz, seus ‘testes’, incluíam amputações de todos os tipos, tratamentos de choque, esterilizações, injeções de ácido e até mesmo uma série de torturas.
Pouquíssimos ‘pacientes’ conseguiram a façanha de sobreviver às suas atrocidades. O doutor permaneceu livre, pois conseguiu fugir para a América do Sul, após a derrocada do governo nazista.
Para vocês, qual desses casos é o mais desprovido de escrúpulos? Sabem de relatos tão macabros quanto esses que queiram acrescentar à matéria?

15 fatos sobre História do Brasil que você não aprendeu na sala de aula

Já pensou se o Brasil tivesse continuado do jeito intacto que era, antes de 1500? Antes do choque cultural e social, que envolveu o encontro contrastante dos índios xamânicos e os portugueses cristãos, católicos, que prontamente iniciaram a catequização dos nativos brasileiros? Nem precisamos ir tão longe no tempo assim. Imagine só se Dom Pedro não tivesse bravejado o Grito de Independência, ou se Deodoro não tivesse proclamado a Republica?
Enquanto viajamos no mundo das hipóteses e suposições, vamos ao que é real, para aguçar um pouco mais a mente de vocês.
Listamos 15 curiosidades à respeito da história do Brasil, que vão desde o ‘descobrimento’, até a proclamação da República, detalhes que são extremamente peculiares e minuciosos,  que ou seu(ua) professor(a) não teve tempo de dizer, ou não aprofundou-se muito na temática para tal.
Veja você mesmo e ‘viaje’ bastante, nos rumos que a História do Brasil foram tomando ao longo dos anos e séculos:

Descobrimento do Brasil

1- Mais de três meses antes do descobrimento ‘oficial’ do Brasil, em janeiro de 1500, o navegante espanhol Vicente Pinzón relatou ter chegado a um local perambulando pelos mares que era completamente desconhecido pelos reinos de Espanha e Portugal, ou seja…
2- De acordo com o livro “Sobre os Mares do Mundo”, escrito pelo português Duarte Pacheco Pereira, que esteve presente no Tratado de Tordesilhas de 1494, ele visitouterras desconhecidas ao ocidente do Oceano Atlântico. De acordo com Pacheco, no ano de 1498, ao pisar em terra firme, notou algumas ilhas de beleza estonteante, recheadas de ‘brasil’ (pau-brasil).
3- Pedro Álvares Cabral, recebeu 35 quilos de ouro pela sua viagem pelo Atlântico, até descobrir o Brasil. Além do direito de poder mover 30 toneladas de pimenta gratuitamente em sua caravela.
4- O trabalho de cartografia mais antigo do país, é datado de 6 de maio de 1500. É atribuído ao astrônomo da caravela de Pedro Álvares Cabral.
5- De acordo com documentos e relatos pertinentes às respectivas épocas, Américo Vespúcio, Yanez Pinzón, Diego de Lepe, e até mesmo, há quem defenda a teoria de quechineses e vikings, cruzaram o Atlântico e passaram pelo Brasil.

Independência do Brasil

6-  Os cavalos da famosa obra “O Grito do Ipiranga”, na verdade eram jumentos. Mas para deixar o ato histórico e a imagens, um tanto quanto, mais imponentes, eles substituíram os animais.
7- Estudos históricos revelaram que Dom Pedro I, não parou próximo às margens do Rio Ipiranga, por ele ser eventualmente um belo palco para um marco histórico, mas sim por ele estar com uma baita diarreia e lá ser um ótimo lugar para que ele pudesse ‘evacuar’ tranquilamente em um bom período de tempo.
8-  Dom Pedro e Leopoldina tiveram um duríssimo trabalho para consolidar perante as outras nações importantes do mundo, a independência do Brasil., Até mesmo perante o pai de Leopoldina, o imperador da Áustria, Francisco I, líder absoluto da Santa Aliança, que tinha o intuito de limitar e controlar os ideais iluministas, além das políticas de ideais liberais ao redor da Europa.
9- Dom Pedro I, teve que pagar à Portugal mais de 2.000.000 de libras, pela nossa independência.
10- O nosso Imperador se recusou a anexar a Angola, colônia portuguesa, ao país. Houve uma discussão, onde lhe foi sugerida a alocação da colônia angolana ao Brasil, mas Pedro não quis facilitar o comércio e tráfico de escravos.

Proclamação da República

11- Em 15 de novembro de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca foi acordado em meio à madrugada para realizar o histórico ato. Um detalhe curioso é que Deodoro estava com um ataque de dispneia, o que lhe fazia sentir diversas dores em seu ventre.
12- Não houve qualquer tipo de derramamento de sangue durante a Proclamação da República, exceto o Ministro da Marinha, José da Costa Azevedo, por ter reagido à voz de prisão, após as tropas se perfilarem para ouvirem o Hino Nacional brasileiro.
13- De acordo com relatos oficiais, a reação da nobreza brasileira foi a seguinte: Tereza Cristina chorou ininterruptamente, Isabel ficou relativamente muda por um longo intervalo de tempo e Dom Pedro II entoava constantemente que todos estavam literalmente loucos.
14-  Esses foram os dizeres do Imperador Dom Pedro II, em uma carta aos brasileiros: “…Resolvo partir com a minha família para a Europa amanhã… Ausentando-me, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança,e faço os mais sinceros votos para que atinja a sua grandeza e a merecida  prosperidade“.
15- Dom Pedro II morreu deitado em cima de um travesseiro, que ele havia enchido deterra do solo brasileiro.
Já pensou se os portugueses não tivessem nos “descoberto”? Como vocês acham que o Brasil estaria?

6 sonhos que mudaram para sempre o mundo

Segundo a ciência, os sonhos são uma espécie de experiência de imaginação do inconsciente durante o período de sono de um indivíduo. Freud afirmava que os sonhos que acometiam as pessoas durante a noite são a busca pela realização de um tipo de desejo que foi reprimido pelo subconsciente, em nosso sistema nervoso.
Ao dormir, o corpo humano entra em estado de stand-by, mas o cérebro não para de trabalhar e ficamos em uma espécie de estado de recarregamento de energias. O ser humano sonha com todo tipo de coisa durante a noite e, ao acordar, não consegue se lembrar do que sonhou assim que se levanta. Isso tem uma explicação e você pode ver (Clique aqui e veja a matéria) nesta matéria que já fizemos para você aqui na Fatos Desconhecidos.
Existem sonhos de todos os tipos. Aqueles em alguma coisa acontece com alguém, um evento que você tanto desejou ir e visualizou em seus sonhos e existem até aqueles tipos que foram idealizados na mente e conseguiram ser realizados e chegaram a mudar o mundo. Algumas pessoas tiveram um sonho, um dia, que se tornou realidade. E isso foi além da realização, o sonho mudou o mundo de uma forma.

Confira aí uma listinha com os sonho que já mudaram o mundo.

1 – Google

A gigante de buscas, Google, foi fruto de um sonho de uma noite. A empresa, hoje avaliada em mais de US$ 365 bilhões, é o sonho que muita gente gostaria de ter e colocar em prática para se realizar. Para quem não conhece, o Google foi fundado porLarry Page e Sergey Brin, os famosos “Google Guys“, enquanto eles ainda estavam nos tempos de doutorado na faculdade, a famosa Stanford.
De acordo com Larry Page, a empresa surgiu depois que ele teve um sonho no qual criava uma das maiores fontes de busca do mundo. E foi exatamente isso que aconteceu assim que ele acordou.

2 – Saga Crepúsculo

O famoso e aclamado filme de vampiros e humanos também foi fruto de um sonho. Lançado em 2008, Crepúsculo conta a história de Isabella Swan, uma jovem moça que se apaixona por um vampiro chamado Edward Cullen.
Segundo a autora Stephenie Meyer, a ideia do filme veio depois de um sonho de um amor forte entre vampiros e humanos. E o sonho deu certo, pois a saga de amor entre o casal formado por um vampiro e uma humana rendeu milhões de dólares para a autora.

3 – Frankenstein

O famoso romance de terror gótico que bebe um pouco na fonte do romântico e considerado a primeira obra de ficção científica da história. A famosa história fala sobre o estudante de ciências naturais(Victor Frankenstein) que cria um monstro em seu laboratório.
A história do monstro Frankenstein foi fruto de um sonho de sua autora Mary Shelley. Assim que ela acordou do sonho, pegou um papel e uma caneta e começou a estruturar a história e começar a dar vida ao personagem.

4 – O DNA

Ele é um composto orgânico nos quais possui moléculas que guardam instruções genéticas que coordenam o todo o funcionamento e desenvolvimento de vírus e até seres vivos. As siglas DNA significam Ácido Desoxirribonucleico.
E uma das maiores descobertas da ciência também foi fruto de um sonho que acabou mudando o mundo. Quem teve esse sonho com o ácido foi o Dr. James Watson. Ele sonhou com duas serpentes se entrelaçando por meio de suas cabeças, mas em extremidades opostas. A representação era de uma dupla hélice. Então, momentos mais tarde que acordou, tivemos a descoberta do DNA.

5 – A Música “Yesterday” – The Beatles

A música lançada em 1965 também veio de um sonho que acabou mudando muitas vidas e o mundo. Yesterday foi gravada pelo famoso e querido grupo inglês de rock The Beatles. A música fala de uma balada de levada acústica que retrata um amor perdido.
Segundo o autor da canção, Paul McCartney, a canção surgiu toda em uma bela noite de sonho. Assim que ele levantou da cama, sentou em uma escrivaninha e traçou a música com o auxílio de um piano.

6 – Máquina de Costura

O que você sabe sobre ela está vestindo você, reparando rasgos na sua vestimenta e produzindo mais e mais roupas por dia. Mas o que não se sabia, até então, é que a máquina de costura foi fruto de um sonho que veio a mudar o mundo e a realidade de todo mundo.
A costura é uma arte que existe há cerca de mais de 20 mil anos.Para você ter noção, as primeiras agulhas para máquinas de costura foram feitas de chifres e ossos de animais, o marfim. A máquina de costura foi um sonho de Elias Howe, literalmente. Em seu sonho, ele se via capturado por homens com lanças e esses objetos foram o ele que inspiraram ele a criar o sistema de costura da máquina. Assim que ele acordou, começou a desenvolver algo em cima do que havia sonhado e, tempos depois, surgiu a primeira máquina de costura.

Esse é o homem mais rico do Brasil, saiba quanto ele ganha por hora


Há quem diga que o dinheiro é a solução de todos os problemas, seja de auto-estima, estética, realizações e coisas do tipo, mas há aqueles que dizem que omoney simplesmente não trás felicidade. Respeitamos cordialmente ambos os pontos de vista, entretanto, hoje iremos falar do lado capitalista da ‘parada’. O negócio aqui hoje é lucro e vocês poderão conferir, que é uma ótica completamente absurda de se imaginar.
Que existem muitas pessoas ricas, milionárias, bilionárias, não é novidade alguma. Nós nascemos e crescemos e crescemos com a concepção de que o dinheiro funciona como se fosse a engrenagem da sua vida, e toda a vasta gama de setores que ela está inserida.
Dentro desse ponto de vista, iremos apresentar pra vocês hoje, pessoas como o Jorge Paulo Lemann, e o incrível modo cronométrico que ele recebe dinheiro, de acordo com estimativas da Revista Forbes.
Se liga ai e confira essa matéria que vai te deixar surpreso com a dimensão com o qual as mentes mais ricas do país, faturam em um período correspondente a 60 minutinhos, ou uma hora:
Aos 75 anos de idade, o brasileiro que é sócio da empresa de investimentos chamada 3G Capital Partners, que é um grupo que assume o controle de algumas empresas como a cerveja Budweiser, o Burger King e a Heinz. Além de ser o dono da Ambev, que é considerada a maior empresa que fabrica cervejas em todo o país e que tem no seu catálogo, empresas como a Skol, Antarctica e Brahma.
Grande parte dos investimentos de Lemann estão em bancos internacionais, ou seja, seu dinheiro está pautado na cotação do dólar. E você já deve ter reparado que o cenário para a valorização do dólar nos últimos meses anda um tanto quanto favorável.
Mas vamos ao nosso objetivo da matéria, que é o de chocar você. Quanto vocês acham que esse brasileiro super bem sucedido conseguiu lucrar em um pequeno intervalo correspondente aos últimos 12 meses?
Em um somatório geral do último ano vigente, Jorge Paulo Lemann, conseguiu faturar a bagatela de R$ 3,86 milhões de reais. Mas espera ai, faltou um detalhe, o bilionário brasileiro faturou isso em média a cada hora.  
Lemann conseguiu a proeza, de na lista da Forbes subir de 2014 para 2015, de R$ 49,85 bilhões, para R$ 83,7 bilhões de reais. Isso tudo somente levando em conta de um ano para o outro.
Outro fator que é realmente interessante à respeito disso, são os valores que até mesmo alguns de seus próprios sócios recebem no mesmo intervalo de tempo.
Marcell Herrmann Telles, o terceiro homem mais rico do país, por exemplo, recebe por hora o equivalente à R$ 1.904.109,580 de reais.
Ainda dentro do ranking da Forbes, temos Carlos Alberto Sicupira, que alcançou o quarto lugar da edição de 2015, lucrando em um período de apenas 60 minutos, o valor estimado de R$ 1.670.091,324 reais.
Já o segundo colocado do ranking de 2015 da Forbes, o libanês naturalizado brasileiroJoseph Safra de 75 anos, com a sua fortuna de quase 53 bilhões de reais, recebeu por hora entre 2014 e 2015, o valor de R$ 1.940.639,269 de reais, por hora.
O que vocês fariam ganhando valores tão exorbitantes a cada hora do dia?

domingo, 6 de setembro de 2015

Jacob procura um deserto

Jacob procura um deserto

O professor de religião está a explicar às crianças por que razão os profetas e Jesus gostavam de ir para o deserto.
— No deserto, o homem está completamente sozinho. Pode fazer silêncio e meditar. Pode pôr-se à prova e ver se consegue passar sem as coisas a que está habituado: sem boa comida e sem conforto, sem diversões e amigos. Não há nada que o distraia quando quer falar com Deus.
— O Sr. Professor já esteve no deserto? — pergunta Jacob.
— Já — responde o professor. — Depois de visitar Jerusalém fui até lá. Gostei tanto, que quase nem consigo descrever.
“Eu também gostava de ir para o deserto” — pensa Jacob. Só é pena que à beira de sua casa não haja nenhum deserto, nenhum local onde possa ficar em silêncio e meditar.
Ou será que há?
No quarto de Jacob, a seguir ao almoço, não há barulho. Só ouve, baixinho, a música da Antena l vinda da casa do vizinho e a mãe a lavar a loiça na cozinha. No pátio, uma criança atira a bola repetidamente contra a parede, e ao longe ouve-se o ruído dos automóveis.
Ali ainda há demasiado barulho para poder estar em silêncio, mas, se fizer um esforço, talvez consiga abstrair-se. Jacob vai perguntar à mãe se pode ir dar um pequeno passeio.
Não é fácil encontrar na cidade um pouco de deserto. Talvez no parque, mas ao lado está a ser aberta uma estrada, e as máquinas fazem tanto barulho que nem se consegue ouvir os pardais a chilrear no arvoredo.
Três quarteirões mais à frente, atrás da fábrica de calçado, há uma sucata. Está fechada com arame farpado, mas Jacob conhece um buraco por onde pode escapar-se. O local da sucata é uma paisagem deserta, só com canos de fogões, detritos, máquinas de lavar e peças de automóveis. Um homem já de certa idade caminha, curvado, por entre os montes de ferro-velho e recolhe metal.
— Andas à procura de alguma coisa? — pergunta, olhando para Jacob.
Jacob salta novamente para a estrada e anda, anda, até chegar em frente da casa de Catarina. Sobe as escadas e toca à campainha.
— Ando à procura de um local para meditar — diz-lhe ele.
Ela condu-lo à sala, afasta para o lado livros e brinquedos com o pé, e encosta uma almofada à parede.
— Pronto, senta-te aqui — diz ela. — Vou ficar quieta para tu poderes meditar.
Catarina senta-se à mesa a fazer os trabalhos de casa. Não diz uma palavra nem olha uma única vez para Jacob. A sala está tão silenciosa que ele consegue ouvir a caneta de tinta permanente a arranhar o papel. E o ruído abafado que os sapatos fazem quando Cati roça a perna da cadeira, porque Cati nunca consegue sentar-se totalmente quieta.
Jacob fecha os olhos. Ouve a sua própria respiração e admira-se por respirar tão devagar. Sente como a barriga sobe e desce quando respira. O sangue palpita-lhe levemente nas orelhas e também no pescoço. Cati foi muito simpática em tê-lo deixado ficar na sala, mas Jacob não lho diz.
— Está-se tão bem aqui. Quase como no deserto.
— Se andas à procura de um deserto, tens de ir à sucata.
— Já lá estive — diz Jacob.
— E?…
— Nada.
— Tens de atravessar calmamante a sucata toda — diz Cati. — Não vás só pela beira.
De regresso a casa, Jacob volta a entrar pelo buraco do arame farpado.
— Então, de que é que andas à procura? — pergunta o velho. — De alguma coisa para a bicicleta? Talvez possa ajudar-te.
— Eu só vim dar uma volta — diz Jacob, e continua por entre o ferro-velho. As pedras rolam-lhe por debaixo dos pés, escorrega, segue em frente. Ouve-se o vento a assobiar. Um cão ladra algures.
No céu, bandos de gralhas voam em círculos. Jacob fica espantado. Nunca pensou que ali fosse tão calmo. Não há nada que o distraia.

“Jesus, pensa ele, o que achas do meu deserto?”

O presente da costureira de colchas

O presente da costureira de colchas

Era uma vez uma costureira de colchas que vivia numa casa no cimo das montanhas de bruma azulada. Até o mais idoso dos tetravôs não se lembrava de um tempo em que ela não estivesse lá em cima a coser, dia após dia.
Aqui e ali, e onde quer que o sol aquecesse a terra, dizia-se que ela fazia as colchas mais belas que alguma vez se tinha visto.
Os azuis pareciam vir do mais profundo do oceano; os brancos, das neves mais boreais; os verdes e os púrpuras, das abundantes flores silvestres; os vermelhos, os cor-de-rosa e os cor-de-laranja, do mais maravilhoso dos pores-do-sol.
Algumas pessoas diziam que os seus dedos eram mágicos. Outras murmuravam que as suas agulhas e tecidos eram dádivas do povo das fadas. E outras diziam ainda que as colchas tinham caído de anjos que por ali passavam.
Muita gente subia a montanha, com os bolsos a abarrotar de oiro, na esperança de comprar uma daquelas maravilhosas colchas. Mas a costureira não as vendia.
— Dou as minhas colchas aos que são pobres ou não têm casa — dizia a todos os que lhe batiam à porta. — Não são para os ricos.
Nas noites mais frias e escuras, a costureira descia até à cidade, no sopé da montanha. Percorria as ruas calcetadas até encontrar alguém a dormir ao relento. Então, tirava do saco uma manta acabada de fazer, enrolava-a nos ombros dos que tremiam de frio, aconchegava- os bem, e afastava-se depois em bicos de pés.
No dia seguinte, depois de beber uma chávena fumegante de chá de amoras, começava uma nova manta.
Por esta altura, vivia também um rei, senhor de muito poder e ambição, que, mais do que tudo, gostava de receber prendas.
Os milhares e milhares de lindíssimos presentes que recebia pelo Natal e pelo seu aniversário nunca lhe chegavam. Proclamou, então, uma lei que dizia que o rei passaria a festejar o seu dia de aniversário duas vezes por ano.
Quando isto também deixou de o satisfazer, deu ordens aos seus soldados para procurarem pelo reino as poucas pessoas que ainda não lhe tinham dado prenda alguma.
No decurso dos anos, o rei foi ficando com quase todas as coisas mais bonitas do mundo. Os seus inúmeros bens estavam empilhados um pouco por todo o castelo. Em gavetas ou prateleiras, em caixas e arcas, em armários e sacos.
Coisas que brilhavam, cintilavam e tremeluziam.
Coisas extravagantes e práticas.
Coisas misteriosas e mágicas.
Eram tantas, que o rei tinha uma lista de tudo o que possuía.
Mas, apesar de ser dono de todos estes tesouros maravilhosos, o rei não sorria. Não era nada feliz.
— Deve haver, algures, algo de bonito que me faça, finalmente, sorrir — ouvia-se o rei dizer muitas vezes. — E hei-de tê-lo.
Um dia, um soldado entrou precipitadamente no castelo com a notícia de uma mágica costureira de colchas que vivia nas montanhas.
O rei bateu com o pé no chão.
— E por que razão essa pessoa nunca me deu nenhuma das suas colchas de presente? — perguntou ele.
— Ela só as faz para os pobres, Vossa Majestade — respondeu o soldado. — E não as vende por dinheiro algum.
— Isso é o que vamos ver! — bradou o rei. — Tragam-me um cavalo e mil soldados.
E partiram à procura da costureira de colchas.
Quando chegaram a casa dela, esta limitou-se a rir.
— As minhas colchas são para os pobres e necessitados, e vê-se facilmente que não és nem uma coisa nem outra.
— Eu quero uma dessas colchas — exigiu o rei. — Talvez seja o que finalmente me fará feliz.
A mulher pensou por um momento.
— Oferece tudo o que tens — disse — e então far-te-ei uma manta. Por cada prenda que deres, acrescento um quadrado à manta. Quando tiveres dado todas as tuas coisas, a tua manta estará terminada.
— Dar todos os meus maravilhosos tesouros? — gritou o rei. — Eu não dou, eu recebo!
E, dito isto, deu ordem aos soldados para se apoderarem da linda manta de estrelas da costureira.
Mas, quando se precipitaram sobre ela, a mulher lançou a manta pela janela e uma forte rajada de vento levou-a.
O rei ficou muito zangado. Levou a costureira montanha abaixo, atravessou a cidade e subiu outra montanha, onde os seus ferreiros reais fizeram uma grossa pulseira de ferro. Acorrentaram-na a uma rocha, na gruta de um urso que estava a dormir.
O rei pediu-lhe novamente uma manta, e uma vez mais ela recusou.
— Muito bem, então — respondeu o rei. — Vou deixar-te aqui. Quando o urso acordar, tenho a certeza de que vai fazer de ti um óptimo pequeno-almoço.
Quando, algum tempo mais tarde, o urso abriu os olhos e viu a costureira na gruta, equilibrou-se nas fortes pernas traseiras e soltou um rugido que sacudiu os ossos da mulher. A costureira ergueu os olhos para o urso e abanou tristemente a cabeça.
— Não admira que sejas tão resmungão — disse. — Para além de rochas, não tens nada onde possas à noite descansar a cabeça. Arranja-me um braçado de agulhas de pinheiro e, com o meu xaile, far-te-ei uma almofada grande e fofa.
E foi isso que fez. Nunca ninguém fora antes tão amável para com o urso. Este partiu a pulseira de ferro da mulher e lhe pediu que lhe fizesse companhia durante a noite.
Mas, embora o rei desempenhasse bem o papel de homem ambicioso, desempenhava mal o papel de homem malvado. Durante toda a noite não conseguiu dormir, a pensar na pobre mulher, na gruta.
— Oh, meu Deus, o que é que eu fui fazer? — lamentava-se.
Acordou os soldados e lá marcharam todos em pijama até à gruta, para a salvarem. Mas, quando chegaram, o rei encontrou a costureira e o urso a tomarem um pequeno-almoço de frutos silvestres e mel.
Então, o rei esqueceu por completo a pena que sentira e voltou a ficar zangado. Ordenou aos construtores reais de ilhas que construíssem uma ilha tão pequena que a costureira só lá pudesse ficar em bicos de pés.
Novamente o rei lhe pediu uma manta e novamente ela recusou.
— Muito bem — respondeu o rei. — Esta noite, quando estiveres demasiado cansada para te manteres em pé e quiseres deitar-te para dormir, afogar-te-ás.
E o rei deixou-a só na minúscula ilhota.
Pouco depois de ele partir, a costureira viu um pardal atravessar o grande lago. Soprava um vento forte e violento e o pobre pássaro não parecia capaz de chegar a terra. A costureira chamou-o e ele poisou no ombro dela para descansar. Como o pobre e cansado pardal estava a tremer, a senhora fez-lhe uma capa de um pedaço de tecido do seu colete púrpura.
Quando a ave se sentiu mais quente e o vento parou de soprar, levantou voo de novo, grato pelo que a costureira lhe tinha feito.
Dali a pouco, o céu escureceu devido a uma enorme nuvem de pardais. Com as asas sempre a bater, milhares deles desceram, pegaram na mulher com os seus pequeninos bicos e levaram-na em segurança para terra.
Novamente nessa noite, o rei não conseguia dormir a pensar na senhora, sozinha na ilha.
— Oh, meu Deus, o que é que eu fui fazer? — lamentava-se.
Voltou a acordar os soldados que estavam a dormir, e lá marcharam em pijama até ao lago, para libertarem a costureira. Mas, quando chegaram, ela estava sentada no ramo de uma árvore a coser minúsculas capas cor de púrpura para todos os pardais.
— Desisto! — gritou o rei. — O que tenho de fazer para me dares uma manta?
— Como já te disse — respondeu ela — oferece tudo o que tens e eu faço-te uma manta. E, por cada prenda que dês, acrescento mais um quadrado à tua manta.
— Não consigo fazer isso! — gritou o rei. — Eu adoro todas as minhas lindas e maravilhosas coisas.
— Mas, se elas não te fazem feliz — retorquiu a costureira — para que servem?
— Lá isso é verdade — suspirou rei.
E pensou muito, muito, no que ela dissera. Pensou durante tanto tempo, que as semanas se sucederam umas às outras.
— Pronto, está bem — disse entredentes. — Se tenho de me libertar dos meus tesouros, então que seja!
O rei regressou ao castelo e procurou, de uma ponta a outra, qualquer coisa da qual conseguisse abdicar.
De sobrolho franzido, lá acabou por encontrar um simples berlinde. Só que o rapazinho que o recebeu retribuiu-lhe o gesto com um sorriso tão radiante, que o rei regressou ao castelo para ir buscar mais coisas.
Por fim, pegou num monte de casacos aveludados e foi distribuí- los pelas pessoas vestidas de trapos. Ficaram todas tão contentes, que se puseram a desfilar pelas ruas da cidade.
Mas, ainda assim, o rei não sorria.
Em seguida, foi buscar uma centena de gatos siameses azuis, que dançavam valsas, e uma dezena de peixes transparentes como vidro. Depois, deu ordem para que trouxessem para fora o carrocel com os cavalos verdadeiros. As crianças gritaram de entusiasmo e puseram-se a dançar em redor dele.
O rei olhou à sua volta e viu as danças, a felicidade e a alegria que os seus presentes tinham trazido. Uma criança pegou-lhe na mão e puxou-o para dançar. O rei agora sorria e até soltava gargalhadas.
— Como é isto possível? — exclamou. — Como é possível eu sentir-me tão feliz por dar as minhas coisas? Tirem tudo cá para fora! Tirem tudo imediatamente!
Entretanto, a costureira manteve a sua palavra e começou a fazer uma manta especial para o rei. Por cada presente que ele dava, ela acrescentava mais um quadrado à manta.
O rei continuou a dar e a dar. Quando, por fim, não havia mais ninguém que não tivesse recebido alguma coisa, o rei decidiu ir pelo mundo e procurar outras pessoas que precisassem das suas prendas.
Antes de partir, o rei prometeu à costureira que lhe enviaria um pardal, de todas as vezes que desse alguma coisa.
De manhã, à tarde e à noite, as carroças partiam da cidade, cada uma delas carregada até cima com todos os objectos maravilhosos do rei. E durante anos e anos, os pardais mensageiros foram voando até ao peitoril da janela da costureira, à medida que ele ia esvaziando lentamente os seus carros por onde quer que passasse, trocando os seus tesouros por sorrisos.
A costureira trabalhava sem parar e, pedaço a pedaço, a manta do rei foi crescendo, cada vez maior e mais bonita.
Por fim, certo dia, um pardal cansado entrou-lhe pela janela e poisou na agulha. A costureira compreendeu imediatamente que este era o último mensageiro. Deu o último ponto na manta e desceu a montanha em busca do rei.
Após uma longa busca, encontrou-o finalmente. As suas vestes reais estavam agora em farrapos e os dedos dos pés espreitavam-lhe das botas. Os olhos brilhavam de alegria e o riso era maravilhoso e sonoro. A costureira retirou do saco a manta e desdobrou-a. Era de tal forma bela, que borboletas e colibris esvoaçavam à sua volta. Ergueu- se em bicos de pés e pô-la à volta do rei.
— O que é isto? — exclamou ele.
— Prometi-te há muito tempo — disse ela — que, quando fosses pobre, te daria uma manta.
O sorriso radiante do rei fez cair maçãs e levou as flores a voltarem-se para ele.
— Mas eu não sou pobre — disse. — Posso parecer pobre mas, na verdade, o meu coração está cheio a mais não poder, com as recordações de toda a alegria que dei e recebi. Agora sou o homem mais rico.
— Mesmo assim, fiz esta manta só para ti — disse a costureira.
— Obrigado — respondeu o rei. — Mas só fico com ela se aceitares uma prenda minha. Há um último tesouro que ainda não dei. Guardei-o todos estes anos para ti.
O rei retirou o seu trono do carro velho e frágil.
— É mesmo muito confortável — disse o rei. — E o ideal para quem passa longos dias a coser.
A partir desse dia, o rei voltou muitas vezes à casa da costureira de colchas, que ficava bem lá em cima, perto das nuvens.
Durante o dia, a costureira fazia lindas colchas que não vendia e, à noite, o rei levava-as para a cidade. Procurava, então, os pobres e infelizes, pois nunca se sentia tão feliz como quando dava alguma coisa a alguém.

Morangos


Morangos

Os morangos bravos ainda não estão maduros. É cedo. Quem vai apanhar morangos em meados de Junho?
Mas ontem, no pátio, Vilius gabou-se:
— Amanhã vamos aos morangos. Na Grabchto (língua de areia na costa) há muitos! Hoje, enchemos a barriga. Deveríamos era ter levado um balde.
Na mão segurava um frasco com o fundo mal coberto de bagas rosadas.
Meteu-o debaixo do nariz de Romas e, depois, até deixou escorregar para a mão dele alguns morangos.
— Prova. Os vermelhos já os comi.
Romas cheirou-os, disse «obrigado» e pediu timidamente:
— Posso ir convosco?
— Depois logo se vê — respondeu Vilius, em tom trocista.
Em vez de comer os morangos, Romas ofereceu-os a Danute, que estava doente há dois dias. Tinha tosse. A mãe não a deixava andar na rua. E sem ela Romas aborrecia-se. Era uma boa amiga. Nada que se assemelhasse à Ruta.
Depois de provar os morangos, Danute disse:
— Que doces! Bem gostaria de comer mais!
— Agora não tenho mais, mas amanhã trago-te muitos. Vou apanhá-los com a rapaziada — prometeu Romas.
Isto foi ontem. Hoje… Romas encontrou Ignas e perguntou-lhe quando iam aos morangos. Este fugiu à resposta:
— Que morangos?!
— Vilius disse que iam hoje…
— Vilius lá sabe o que diz. Deixa-me em paz!
— Mas eu prometi a Danute…
— E que tenho eu a ver com isso? Se prometeste, vai!
Ignas voltou-lhe as costas, enfiou as mãos nos bolsos e, bamboleando-se, atravessou o pátio. Chegado à cancela, virou-se para trás e gritou:
— Ó fedelho, não apanhes os morangos todos. Deixa alguns para a gente! — e soltou uma gargalhada.
Romas ficou a pensar no que devia fazer, mas não resolveu nada. «Sou um mentiroso! A garota está doente e eu falto à minha palavra!… Não tenho vergonha na cara!»
Em casa, depois de recuperar a calma e matar a sede, Romas decidiu-se a agir. Iria sozinho, pois sabia o caminho. Portanto, bem podia colher e trazer os morangos.
Se bem o disse, melhor o fez. Pegou no cesto e caminhou rapidamente ao longo da praia. Como os pés se lhe enterravam na areia seca, pôs-se a andar junto à água, onde a areia era mais dura. E tinha que andar muito…
Romas não sabia ainda que o gabarola do Vilius o enganara. O que os rapazes tinham encontrado era apenas um punhado de bagas meio maduras. E não na Grabchto, mas perto do velho aeródromo, no lugar soalheiro…
O Sol que acabava de sair de trás de uma nuvem começou a aquecer. O vento tépido encrespava ligeiramente a água do mar. Mas Romas caminhava sem se virar. Cansado, entrou até aos joelhos na água, molhou a cara, tomou fôlego e, sem parar mais, chegou à Grabchto.
Nesta língua de areia encravada no mar crescem amieiros e bétulas e as suas clareiras estão sempre cheias de morangos.
Depois de ter atravessado um amial, Romas espantou uma lebre que parecia estar a dormir. O bicho levantou-se de um salto e desatou a correr em ziguezagues ao longo da orla, deixando ver apenas a ponta branca do rabo.
— Não tenhas medo, lebre! — gritou-lhe Romas. — Eu só quero apanhar morangos!
A lebre, porém, não se deteve, ou porque não o ouviu ou porque, de tão assustada, nada compreendeu.
Na clareira por detrás do amial os morangos ainda não estavam maduros. Alguns estavam rosados só do lado do sol. O resto das bagas estava ainda duro e não tinha sabor. Estas eram tantas, mas todas verdes.
O que havia de fazer? Não podia voltar para casa de mãos a abanar! Entrou numa mata de bétulas e chegou a uma outra clareira. Uma cotovia cantava nas alturas. Romas levantou a cabeça para a escutar, mas quando olhou em frente o coração estremeceu-lhe de alegria: a clareira estava toda coberta de morangos maduros! E um forte e delicioso aroma pairava no ar. Romas colheu uma mão-cheia deles e levou-os à boca. Que doces! É de comer e chorar por mais! «Não, primeiro vou encher o cesto para Danute» — disse para si mesmo.
Ajoelhou-se e foi assim, de rastos, que explorou a clareira… Quando encheu o cesto, cobriu os morangos com folhas para mantê-los frescos. Foi só então que se lembrou de si próprio: comeu até não ser capaz de levar mais um morango à boca. Estava farto.
Depois de descansar um pouco e lavar de novo a cara e as mãos, que os morangos tinham tornado pegajosas, dirigiu-se para casa.
Chegou a casa já o Sol ia baixo. A mãe estava inquieta e zangada.
Para tranquilizá-la, o avô disse:
— Não te disse que nada aconteceria ao nosso Romas? Ele sabe o que faz. E quem sabe o que faz nunca se perde! Então, o que trazes aí?
— Morangos.
— Não pode ser! É ainda cedo.
— Sim, mas os da Grabchto já estão maduros!
— Deixa ver. Que lindos!
— São para Danute!
— Ora vejam! Prometeste-os a Danute? Vai lá alegrar a tua amiga.
— Mas não demores muito! — acrescentou a mãe.
— Vou num pé e venho noutro! — E virando-se para a mãe, disse:
— Tenho tanta fome!
Danute, abraçada ao cesto, disse:
— Assim que comer isto, fico boa!
Entretanto, Ignas espreitou pela janela.
— É verdade que o Romas…? — Não acabou a frase, pois viu Danute tirando morangos do cesto.
No dia seguinte, Romas procurou em vão os rapazes mais velhos. Queria convidá-los para irem aos morangos na Grabchto, mas eles haviam desaparecido ao despontar do Sol. Ninguém sabia onde se tinham metido. Voltaram à tarde. Estavam cansados, bisonhos, furiosos. Vilius ordenou a Ruta:
— Chama o Romas!
Mal Romas apareceu no pátio, Vilius atacou-o:
— Porque mentiste? Não há morangos maduros na Grabchto.
— Disse a verdade — ofendeu-se Romas. — Talvez não tivessem procurado no sítio certo.
— Percorremos a Grabchto de ponta a ponta…
— Mas eu encontrei!
Vilius piscou o olho e resmungou:
— Não sei onde os encontraste, mas o certo é que não foi na Grabchto! Não me esquecerei desta tua mentira. Percebeste?
Teria mesmo mentido? Apenas encontrara uma clareira batida pelo sol…